14 de agosto de 2014

Mata-Burro lança álbum de estreia após sete anos de atividades

Terça-feira, 12 de agosto de 2014. Último ensaio da banda Mata-Burro antes dos shows de lançamento do álbum de estreia, intitulado O Preço da Vida. O baterista Maurício Selagi comenta que está nervoso porque seu primeiro show na banda será logo com o lançamento, que foi gravado pelo seu antecessor Rodolfo Japa. Isso também faz Thiago Tubarão relembrar sua entrada na banda, quando teve que tirar 16 músicas na guitarra em três semanas. Completam ainda a formação atual os remanescentes  da primeira formação de 8 de março de 2007, Ithalo Kodó no vocal e Bento no baixo.

Para promover o lançamento de O Preço da Vida, o Mata-Burro articulou uma miniturnê regional com a banda candanga Makakongs 2099 em Paraíso do Tocantins, Palmas e Gurupi, nos dias 15, 16 e 17 de agosto, respectivamente. Além dessas datas, já tem shows agendados em Brasília, Goiânia e Imperatriz, como pode ser conferido ao fim deste texto.

Fotos e colagem: Daniel dos Santos

Apesar de ser o álbum de estreia em sete anos de banda, O Preço da Vida vem com cara de segundo álbum, no mínimo. Isso porque em 2009 e em 2011, a banda realizou duas tentativas de gravar o álbum em Brasília, com produção de Phu (Makakongs 2099). Porém, ocorreu problema com as gravações e todo o material gravado e o investimento feito foram perdidos.

- A banda quase acabou por causa disso. Passamos o ano de 2012 inteiro sem fazer nenhum show. Em 2013, a gente decidiu fazer músicas novas, clipe novo e largar as antigas. Fazer músicas novas é a parte mais legal. Não sei como que o Iron Maiden aguenta tocar as mesmas músicas há tanto tempo – explicou Kodó.

Assim como toda experiência negativa na vida, nem tudo foi desperdiçado. Ainda segundo o vocalista, as tentativas de gravação em Brasília serviram muito de aprendizado, e as dificuldades desafiaram a banda para que o disco saísse a qualquer custo.

- Todos os problemas que tivemos dessa vez, inclusive com grana, resolvemos da seguinte maneira: "foda-se essa porra, esse disco sai! Já tem muito tempo que estamos correndo atrás disso.. mete ficha e depois vemos como resolver!" – afirmou.

Mesmo com a ausência das músicas antigas em O Preço da Vida, algumas delas estão no repertório de ensaio e devem continuar nos shows, como Armas de Destruição em Massa e Humanos, da demo Calango Sobrevivente, e Mendigo, da demo Terror e Redenção. Portanto, as 13 músicas do disco são inéditas e foram gravadas no Idea Studio, em Palmas, ainda em 2013. Já foram divulgados os videoclipes de A Regra é Clara e Santa Maria.

Último ensaio da banda antes do lançamento Foto: Daniel dos Santos

O Mata-Burro já tocou nas principais cidades e festivais do Tocantins, e circulou por Brasília, Goiânia, Uberlândia e Belém. Mas segundo Ithalo, talvez as atividades da banda quando não está nos palcos seja o que de melhor tenha oferecido para o cenário local. Com os princípios do faça você mesmo, desde 2008, a própria banda realiza o Burrada Rock Festival, com a participação de bandas locais e convidadas de fora do Estado. O intercâmbio é recíproco, e isso possibilitou a circulação da banda em shows de hardcore em outros estados.

Em 2013, a banda também passou a realizar abertamente o evento A Rua se Mistura, com a proposta de ocupar uma praça em Palmas eventualmente e promover cultura, esporte e lazer para o público jovem. Veja mais sobre isso no texto que fiz sobre a primeira edição do evento aqui. Sobre as intensas ações da banda extra-palco, Ithalo afirma o seguinte:

- Somos banda o tempo todo! Tentamos estar presentes nos outros shows, fazer shows, fazer com isso aqui cresça. Aprendemos isso nos rolês que demos fora. As bandas, principalmente nos sons podreras, trabalham pra coisa não morrer e essa é nossa intenção aqui. Creio que foi o que abriu mais espaço pra nós. Existem milhões de músicos melhores, mas na correria nós somos pilhados. hahahahaha – definiu.

Como prova dessa dedicação dos integrantes da banda, ao fim do último ensaio presenciei a conversa e a ansiedade deles para que ocorresse tudo certo no lançamento. A três dias do primeiro show da miniturnê, eles se preocupavam com a chegadas do cds, a confecção das camisetas e do banner de palco, buscar o Makakongs no aeroporto e levá-los para Paraíso, além das entrevistas para promover os shows de lançamento. Enfim, uma banda que trabalha muito e resiste no cenário local simplesmente por continuar existindo, e especialmente com som autoral.

AGENDA DE SHOWS DO MATA-BURRO:

agenda mb

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