26 de março de 2013

Lançamento do Fanzine Nonada

 

Os Cabrones Logo Fotozine Nonada - Foto Emerson Silva (17)Fotozine Nonada - Foto Emerson Silva (3)Fotozine Nonada - Foto Emerson Silva (14)Fotozine Nonada - Foto Emerson Silva (2)Fotozine Nonada - Foto Emerson Silva (1)

Fotos: Bento

Coletivo Os Cabrones

Há muito tempo, quer dizer, em todo o tempo, nós, artistas, vimos e vemo-nos amargar atrasos nos mais variados sentidos. Aqui no Tocantins o cenário é bem mais crítico. Ser artista no Brasil é e sempre foi complicado. Em nosso estado tal situação pode ser somada e multiplicada por dois. Em todos os segmentos, em todas as vertentes, parece ser imperativo de que, por estas bandas, cada um deve ficar na sua, no seu quadrado, cuidando da sua vidinha, do seu trabalho, dos seus projetos e que o resto... todo o resto que se vire e dê seu jeito, ora bolas.

Mas a prática vem mostrando que esse modelo de “cada um na sua” não tem dado muito certo. A maioria dos projetos nem sequer chega a sair do papel, e quando sai, boa parte deles sofre de limitações técnicas, que, num contexto de cooperativismo (em que temos  pessoas contribuindo com as suas potencialidades e saberes para o desenvolvimento de determinada coisa) muito certamente, esses problemas se existissem, seriam numa escala bem reduzida.

“Foi numa viagem a São Paulo, em dezembro de 2011, que percebi o quanto poderíamos agir diferente no Tocantins (Com a criação do coletivo Os Cabrones, para unir desenhistas, ilustradores, cartunistas e quadrinistas residentes não só em Palmas, mas no Tocantins de um modo geral). Num determinado evento, conheci artistas e coletivos. O argumento deles foi unânime: lá, as dificuldades eram até maiores, pelo volume de artistas e competitividade do mercado, mas a diferença estava no fato de que eles se uniam para batalhar por direitos comuns”, pontuou Thiago Ramos, jornalista, cartunista e um dos fundadores do coletivo “Os Cabrones”.

“Essa ideia de se juntar por aqui já vinha sendo nutrida em separado. A partir da 1° Exposição de Quadrinhos e Ilustrações de Palmas, no início de 2013, que foi coletiva, é que finalmente decidimos começar um grupo de trabalho, dividindo funções e estabelecendo metas. A primeira deliberação foi a criação de um fanzine coletivo, e a partir dele, que funcionaria como portifólio e espaço de experiência, onde também adquiríamos ritmo de trabalho, iríamos ganhar solidez para encabeçar outros projetos solo”, disse Daniel dos Santos, jornalista e membro do grupo.

 Fotozine Nonada - Foto Emerson Silva (33)

Foto: Bento

O fanzine Nonada

O produto coletivo em questão chama-se “Nonada”. Este zine sairá, a princípio, de forma independente, com seus exemplares obtidos por meio de fotocópias. Produzido de maneira artesanal, com contribuições dos membros do coletivo e de quem mais se interessar. No formato de folhas A4 dobradas ao meio, terá uma periodicidade mensal e será comercializado a preço simbólico, em pontos diversos de Palmas e eventos também pelo interior, a medida que as cópias dos exemplares sejam suficientes.

A primeira edição - número zero - tem tiragem inicial de apenas 200 exemplares e tem poemas, quadrinhos e ilustrações dos colaboradores Adriano Carvalho, Ciro Gonçalves, Daniel dos Santos, Diogo Teixeira, Flamarion Cunha, Geuvar Oliveira, Marcus Mesquita, Paulo Roberto e Thiago Ramos. O lançamento será nesta quarta-feira, 27, no Açaí.com localizado na Av. LO 05, 306 Sul (antiga Arse 32) em Palmas. O fanzine será vendido no local por R$ 3, e as pessoas também podem fazer contato através da página do coletivo no facebook.

 

FANZINE NONADA 2013

Capa: Flamarion Cunha

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13 de março de 2013

As ruas se misturaram em Palmas e isso precisa continuar

Uma semana após a morte de Chorão, por coincidência, aconteceu em Palmas-TO um evento com a cara da cultura representada pelo Charlie Brown JR: rock, rap e skate. O evento A RUA SE MISTURA fez com que a Praça do Bosque dos Pioneiros, que normalmente é quase deserta durante a semana, recebesse mais de 100 pessoas na noite desta quarta-feira mesmo após a chuva.

galera

O público, formado em sua maioria por jovens, matou a fome por um evento simples, realizado basicamente pela força de vontade que Ithalo da Silva (vocalista da banda Mata-Burro), loja Rasta Skate Shop e muitos amigos tiveram para fazer com que acontecesse.

Na programação, shows de bandas de rock, grupos de rap, batalhas de mcs, arte feita ao vivo pelo tatuador Darte, entre outras ações espontâneas do público como a prática de esportes radicais: skate, longboard, bicicleta e slackline. Com tudo isso, era quase impossível não se contagiar e sentir vontade de dar uma voltinha de skate, arriscar se equilibrar no slackline ou simplesmente conhecer gente nova, confraternizar e se divertir.

lá sustenidoE também foi espaço para que jovens empreendedores montassem suas barraquinhas e dessem as caras com seus trabalhos como a menina da Lá Sustenida que vende acessórios femininos delicados e estilosos, o punk Éfren Ramones com sua Savana de camisetas de rock, e a marca de camisetas 420 também com camisetas da cultura jovem. Embora sem expôr seus produtos, ainda estiveram presentes representantes de outras marcas conhecidas do público jovem palmense como a Serreal e a Metrô Urbano.

slackApesar de ter seu público bem definido, o evento também atraiu a curiosidade de algumas pessoas que saíam do trabalho e apareceu como uma opção bem família com crianças brincando acompanhadas dos pais. Com toda essa diversidade no público, o evento já provou sua importância e precisa continuar. A próxima edição já está confirmada para a quarta-feira, 20, na semana seguinte.

Não é todo dia que se reúnem tantas ideias boas e gente com vontade de fazer acontecer em Palmas. Um evento aberto como esse merece muitos incentivos e tem que acontecer em outros pontos da cidade (Taquaralto, Jardim Aureny, Vila União, Taquaruçu, etc…). Se não corre o risco de acontecer o mesmo que já houve com outros tantos eventos culturais não valorizados na capital, e que foi bem definido nas palavras da dançarina Meire Maria no excelente documentário sobre a identidade cultural de Palmas – Dando o Norte – : “Nunca deixam de ser eventos. E ventos…”.

Parabéns e muito obrigado a todos. Vamos levar mais gente para os próximos.

A juventude palmense de todas as regiões é muito melhor do que o álcool ou o crack.

Fotos retiradas do álbum do evento na página da Rasta Skate Shop.